“Associação Grupo de Mães Anjos de Luz” promove Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Pessoa com Deficiência



No último dia 11 deste mês, teve início a Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Pessoa com Deficiência, promovida pela Associação Grupo de Mães Anjos de Luz, entidade conhecida por desenvolver desde o ano de 2008 um trabalho de acompanhamento e conscientização social sobre os direitos da pessoa com deficiência.

A campanha, que trás o tema “Rompa o Silêncio”, tem como principal objetivo levantar debates e discussões que contribuam, principalmente, para a prevenção deste tipo de crime, que só tem crescido no país. Conforme um estudo desenvolvido pelo Atlas Violência 2018, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, dos 22.918 casos de estupro apurados em 2016, 10,3% foram contra pessoa com deficiência.

REALIDADE LOCAL - Em Roraima, conforme levantamento da própria associação, das 15.800 pessoas com deficiência atendidas pela entidade (entre 2015 – 2021), 400 já sofreram algum tipo de violência. Sendo a maioria de origem indígena, representando 74%, seguido dos venezuelanos (14%), brasileiros (7%), haitianos (3,8%) e guianenses (2%).

De acordo com a presidente da associação, Maria das Dores, trabalhar a prevenção e conscientização da sociedade é essencial para dar visibilidade a esses casos que, em sua grande maioria, acontecem na própria casa das vítimas.

“O que torna mais difícil e ainda mais cruel este tipo de crime é que ele geralmente ocorre dentro da própria casa, envolvendo um parente da vítima. Além disso, ainda dispomos de poucos recursos para a apuração e acompanhamento dessas vítimas e suas famílias”, explicou.

Conforme o último Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Em Roraima, são 94.774 pessoas, equivalente a 21,26% da população.

MAIS DADOS – Ainda conforme levantamento da Anjos de Luz, de 2015 a 2020, somente por aliciamento foram 2.200 registros, predominando pessoas com idade entre 10 e 19 anos, sendo a maioria pessoas com deficiência mental.

Dados do Disque 100, serviço de denúncia de violação de Direitos Humanos, apontaram 11.752 casos de violência contra pessoa com deficiência no ano de 2018, registrando um crescimento de 0,60.

CANAIS DE DENÚNCIA – DELEGACIA DE PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICÊNCIA E IDOSO

A capital dispõe de uma delegacia especializada para atendimento e registro desse tipo de crime. As denúncias podem ser feitas por meio do Disque 100, pelo site da Polícia Civil (www.pc.rr.gov.br), no link ‘Delegacia Online’ ou na própria unidade, na rua Lindolfo Bernardo Coutinho, n°1451, Tancredo Neves, das 7h30 às 19h30.

Além da delegacia, também é possível denunciar em conselhos tutelares, distribuídos em todo o Estado, Ministério Público, que possui uma promotoria específica para pessoa com deficiência, Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), além da própria “Anjos de Luz”, por meio do telefone (95) 99122-4796.

Fonte: Associação Anjos de Luz

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