GREENPEACE: Mais de 361 milhões de árvores foram cortadas na Amazônia Legal em 2022

Só nos primeiros dias de setembro de 2022, foram registrados mais de 16 mil focos de calor, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - FOTO: Fábio Nascimento/ Greenpeace

A primeira riqueza usurpada do povo brasileiro foi uma árvore, o famoso Pau Brasil. Não somente uma, mas 2 milhões de árvores durante o primeiro século de exploração portuguesa, segundo registros do Arquivo Nacional - o correspondente a seis mil km² da Mata Atlântica. Não foi à toa que deram nome de árvore a esta nação. Quando conquistamos nossa independência, quase já não havia Pau Brasil para contar história.

Duzentos anos depois, assistimos mais uma vez nossas árvores e povos tradicionais tombar sobre essa terra. Porém, dessa vez, numa velocidade inimaginável: um terço de toda a perda de vegetação nativa do Brasil se deu nos últimos 37 anos (dados do MapBiomas). 

E se os portugueses levaram um século para arrancarem 2 milhões de Pau Brasil no passado, os novos desmatadores levaram menos de 9 meses para cortarem mais de 361 milhões de árvores somente da Amazônia Legal em 2022, de acordo com dados calculados pelo Greenpeace Brasil.

Na semana em que se comemora o bicentenário de independência do Brasil, as florestas foram afetadas por incêndios: de 1 a 6 de setembro, já são 16.698 focos de calor, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), quase a mesma quantidade de focos registrados durante todo o mês de setembro de 2021 (16.742 focos).

"No dia da independência, e na mesma semana em que se comemora o Dia da Amazônia, os números referentes à queimadas e incêndios florestais só reforçam que estamos repetindo a mesma dinâmica predatória de 200 anos atrás, propagando uma economia da destruição que ainda se alimenta fortemente de recursos naturais ao passo que não traz o tão almejado desenvolvimento real para a Amazônia.", declara Cristiane Mazzetti, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

O Índice de Progresso Social, que analisa variáveis socioambientais, revelou que, em 2021, a média do índice para os municípios da Amazônia Legal foi 16% inferior à média nacional e a diferença é ainda maior em municípios com altos índices de desmatamento. 

- Via Portal Amazônia


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