O Instituto Socioambiental (ISA) realizou uma análise em que aponta as consequências do garimpo para a Amazônia. O estudo explica que a exploração mineral não promove o desenvolvimento social, mas que reduz os indicadores sociais da região.
Olevantamento aponta que o Índice de Progresso Social (IPS) médio dos municípios amazônicos afetados pelo garimpo é 52,45 menor do que a média para a Amazônia, de 54,59, e bem abaixo da média nacional, de 63,3. O IPS médio dos municípios garimpeiros é 4% menor que a média amazônica e 20,6% menor que a média nacional.
IPS é um indicador internacional que combina três dimensões - "necessidades básicas de sobrevivência", "fundamentos do bem-estar" e "oportunidades" - por meio de uma série de indicadores sociais e ambientais, provenientes de bases de dados internacionais, além de pesquisas de percepção, com objetivo de identificar o cenário, os desafios e as possibilidades de progresso social dos países.
A área de garimpo na Amazônia Legal cresceu 10 vezes nas últimas três décadas. De acordo com dados do MapBiomas, a Amazônia Legal possui mais de 90% da área de garimpo em território nacional, sendo mais da metade ocorrendo dentro de Terras Indígenas de forma ilegal.
São 9.905,1 hectares (ha) das cicatrizes de garimpo que estão localizadas no interior das Terras Indígenas (TI), que representam 9,4% da área degradada pelo garimpo na Amazônia. A área degradada pelo garimpo de ouro nas TIs soma 9.748,6 ha e se concentra em cinco territórios: Kayapó, Munduruku, Yanomami, Sararé e Sawré Muybu.
Os municípios que mais sofrem influência do garimpo são: Itaituba (1.582,2 ha), São Félix do Xingú (207,2 ha) e Nova Guarita (172,1 ha), e se concentram na região do sul do Pará e norte do Mato Grosso, respectivamente. Estima-se que 6.150.015 de pessoas são afetadas na área de influência dos 216 municípios onde é realizado garimpo, sendo que 44,1% desta população (2.710.054 habitantes) é impactada pelo garimpo do ouro.
E entre um dos impactos que mais prejudicam o bioma está a degradação de recursos hídricos nos rios da Amazônia. De acordo com o levantamento, em 1985, foram detectados 229 km de rios impactados. Já em 2020, o número aumentou para 2.604 km, considerado um aumento de 1037%.
- Via Portal Amazônia