Amazônia perdeu 11,5 mil km² de floresta em 2022, aponta INPE

Apesar de representar uma queda de 11% em relação à 2021, número, divulgado nesta quarta-feira (30), é o segundo maior em 14 anos - Foto: Michael Dantas

O desmatamento na Amazônia entre 1º de agosto de 2021 e 31 de julho deste ano foi de 11.568 km², área equivalente a todo território da Jamaica. O número, divulgado nesta quarta-feira (29), representa uma queda de 11,27% em relação ao ano passado, quando foram derrubados 13.038 km² de floresta. Apesar da redução, este é o segundo maior valor desde 2008, só perdendo para 2021.

O número indica que Bolsonaro termina seu mandato com um aumento 59,5% na taxa de desmatamento na Amazônia, quando comparado com os quatro anos anteriores, nos governos Dilma e Temer. Esta é a maior alta percentual em um mandato presidencial desde o início das medições por satélite realizadas pelo INPE, em 1988.

“Parte dessa redução pode ser explicada pelo aumento das ações de controle dos órgãos estaduais de meio ambiente, em especial do Pará, mas parte também pode ser explicada pelo aumento das chuvas em Mato Grosso e Pará”, diz Tasso Azevedo, coordenador técnico do Observatório do Clima. “O consórcio MapBiomas encontrou indícios de ilegalidade em 98% dos desmatamentos em 2021, e os órgãos de controle só atuaram em 27% da área desmatada. A impunidade ainda predomina e precisa ser enfrentada com determinação no novo governo.”

A taxa anual de desmatamento é medida pelo programa PRODES, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esta é a terceira vez em quase duas décadas de programa que os números não são divulgados antes ou durante a Conferência do Clima da ONU.

A COP27 foi realizada este ano entre os dias 6 e 18 de novembro. A nota técnica do INPE é datada do dia 3 de novembro, o que significa que o Governo Federal sabia dos números antes da Cúpula do Clima ter início.

As mudanças no uso da terra no Brasil, sendo o desmatamento a principal atividade, são responsáveis por 49% das emissões nacionais. A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chegou a solicitar os números ao governo e havia a expectativa de que ela fosse divulgada ainda durante a Conferência, o que acabou não ocorrendo.

- Via ((O)) Eco

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