No Brasil, 46% das mulheres fazem cursos online para melhorar renda, aponta estudo

Cerca de um terço das alunas entrevistadas disseram que encontraram um novo emprego, abriram um negócio ou melhoraram seu trabalho ou desempenho nos negócios depois de fazer cursos online - Foto: Karl Yukav/FreePik

Aumentar o acesso à educação online para mulheres pode melhorar suas oportunidades econômicas e ajudá-las a desenvolver novas habilidades e a entrar em novas carreiras, de acordo com um relatório produzido em conjunto com a Corporação Financeira Internacional (IFC), membro do Grupo do Banco Mundial. De acordo com o estudo, 40% das mulheres que aprendem online produzem ganhos para a economia e podem agregar até US $14 bilhões em valor à educação online globalmente até 2026.

Este novo relatório intitulado "Mulheres e o Ensino Online em Mercados Emergentes", desenvolvido em parceria com a plataforma global de aprendizado online Coursera e a Comissão Europeia, analisa os dados do Coursera para quantificar a participação das mulheres no aprendizado online, identificar barreiras para uma maior participação e oferecer recomendações para os setores público e privado para melhorar as oportunidades e resultados ao longo da vida para as mulheres.

Nicole Amaral, líder de transformação de habilidades para a América Latina e o Caribe no Coursera, afirma: “Nosso estudo mostrou que dar às mulheres acesso aprimorado ao treinamento online pode criar novas perspectivas de carreira e tornar a força de trabalho mais diversificada e competitiva. Isso, por sua vez, pode potencialmente resultar em novas vagas de emprego e crescimento econômico no Brasil. Esperamos que nossa pesquisa estimule governos, empresas e líderes acadêmicos a agir e que líderes introduzam iniciativas que possam ajudar a combater alguns dos principais problemas enfrentados pelas mulheres no Brasil, como acesso gratuito à banda larga, opções de educação continuada mais flexíveis e mais oportunidades de emprego”.

Juan Gonzalo Flores, Country Manager da IFC México, comenta: “As mulheres estão no centro dos esforços de recuperação após a pandemia de covid-19. As perdas de empregos para as mulheres latino-americanas foram 2,5 vezes maiores do que para os homens, e a recuperação foi lenta. Este estudo mostra que a educação online oferece uma ferramenta conveniente para ajudar as mulheres a encontrar novos empregos, bem como ajuda a criar novos empregos, muito necessários para a economia. Na IFC, estamos comprometidos em investir em tecnologias que moldarão o futuro da educação e gerarão dividendos para todos”.

No Brasil, o acesso à educação é fundamental para impulsionar melhores condições socioeconômicas. Um relatório do Banco Mundial aponta que no país ter um diploma universitário (em comparação com apenas ter completado o Ensino Médio) significa, em média, um salário 125% mais alto. Da mesma forma, um estudo da ANPEC aponta que quem conclui um curso profissionalizante de nível básico ganha, em média, 37% a mais do que quem não fez.

Aprendizado online pode levar a resultados de carreira em mercados emergentes

  • Cerca de um terço das alunas entrevistadas disseram que encontraram um novo emprego, abriram um negócio ou melhoraram seu trabalho ou desempenho nos negócios depois de fazer cursos online.
  • 22% das mulheres viram um aumento em sua renda, quase 40% das quais relataram um aumento de 10% ou mais.
  • Quase metade (47%) dos alunos que ingressaram no Coursera para iniciar ou expandir seus negócios conseguiram fazê-lo – e homens e mulheres alcançaram resultados iguais.
  • A educação online produz ganhos dentro da economia mais ampla por meio de efeitos diretos e indiretos: um emprego é criado para cada 30 pessoas treinadas no Coursera nos quatro países em foco.

O aumento da demanda por aprendizado online provavelmente sobreviverá à pandemia

  • Durante a pandemia, a participação das mulheres no ensino online globalmente saltou de uma média de 39% nos três anos anteriores para 45% em 2020 e 2021.
  • Quase todos os alunos disseram que planejam continuar aprendendo online (75%) ou em formato misto (24%) após a pandemia.

Mulheres e outras populações carentes veem o aprendizado online como algo mais acessível que a educação presencial

  • Enquanto na América do Norte e na América Latina as mulheres representam aproximadamente metade dos alunos online, globalmente há lacunas na participação das mulheres. As mulheres representam apenas 32% dos alunos da plataforma na África, 34% no Oriente Médio e 39% na Ásia-Pacífico.
  • 45% das mulheres e 60% das cuidadoras disseram que teriam que adiar ou interromper os estudos se o aprendizado online não fosse uma opção.
  • Quase metade dos alunos pesquisados relatou ter baixa renda.
  • Entre os alunos no México e na Índia que se identificaram como lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros ou queer (LGBTQ+), 40% disseram que eram mais propensos a fazer perguntas e mais da metade (51%) eram mais propensos a expressar suas opiniões online em comparação com aulas tradicionais.
  • 17% de todos os alunos se identificaram como deficientes, relatando uma leve preferência pelo ensino híbrido.

Embora a pandemia tenha impactado o setor educacional, principalmente nas economias emergentes, ela também trouxe mais alunos para o e-learning. O relatório diz que mais mulheres se inscreveram nos cursos do Coursera do que antes da pandemia e o aprendizado online permitiu que 40% das mulheres e 60% das cuidadoras tivessem acesso a uma educação que de outra forma não teriam.

Globalmente, um emprego é criado para cada 30 pessoas treinadas no Coursera nos quatro países-alvo, de acordo com a análise. A melhoria das competências e qualificações cria novos postos de trabalho por meio da criação de novas empresas. Da mesma forma, novos empregos são gerados indiretamente, por meio do aumento do consumo e das atividades econômicas atribuídas ao aumento da renda.

O estudo se baseia em dados de usuários de quase 97 milhões de alunos do Coursera em mais de 190 países, pesquisas com cerca de 10 mil alunos globais e entrevistas com mais de 70 alunos globais e especialistas do setor.

Para mais informações sobre o relatório, por favor visite www.ifc.org/digital2equal.

- Via Engaje!Comunicação

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