As complicações decorrentes da doença podem ser tão graves a ponto de exigirem amputações - Foto: Freepik
O diabetes é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população convivem com a doença, que demanda acompanhamento médico rigoroso e uma série de cuidados específicos. A atenção especial aos pés destaca-se como medida fundamental para prevenir complicações graves.
O Brasil ocupa a quinta posição entre os países com maior incidência da doença, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Com um registro de mais de 16 milhões de diagnósticos, está atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A projeção é que o número de brasileiros acometidos pela doença possa aumentar para cerca de 21,5 milhões até 2030.
O diabetes afeta os vasos sanguíneos e os nervos do corpo, prejudicando a circulação e a sensibilidade tátil. Essa combinação pode levar à condição conhecida como neuropatia diabética, em que os pacientes podem perder a sensibilidade nos pés e, assim, não sentir dor, calor, frio ou pressão.
Por conta do quadro, os diabéticos ficam mais propensos ao aparecimento de feridas e lesões, que podem passar despercebidas e tornarem-se ponto de partida para infecções e outras complicações. Nos casos mais graves, pode ser necessária a amputação do membro.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 70% das amputações não traumáticas de membros inferiores ocorrem em pacientes com a doença. A maioria das intervenções, no entanto, pode ser evitada com uma abordagem preventiva e o acompanhamento médico adequado.
Os remédios para diabetes, por exemplo, são uma parte essencial do tratamento, pois auxiliam na regulação dos níveis de glicose no sangue, controlando sintomas e reduzindo riscos de agravamento da doença. Existem várias classes de medicamentos disponíveis, como hipoglicemiantes orais, insulina e outros tratamentos específicos que podem ser receitados pelo médico.
Além disso, a conscientização sobre os cuidados com os pés entre a população diabética é essencial para garantir uma qualidade de vida melhor e prevenir situações extremas. O D'Or mais Saúde recomenda a educação contínua por parte dos profissionais de saúde, juntamente com a motivação dos próprios pacientes, como aspecto primordial na prevenção de complicações relacionadas à doença.
Como funcionam as ameaças de complicações nos pés
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Luiz Carlos Ribeiro Lara, em entrevista à imprensa, além da neuropatia, os pacientes diabéticos podem enfrentar o desafio das feridas abertas.
Os machucados podem surgir devido ao aumento da pressão local ou lesões na pele, como cortes. Muitas vezes, estão relacionadas à perda da sensibilidade dolorosa nos pés.
Em casos mais delicados, o médico informa que pode ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas para limpar e tratar lesões profundas. Em situações mais graves, as amputações de dedos ou partes do pé também podem ser consideradas para tratar infecções.
Ele observa, ainda, que a sensibilidade dos pacientes diabéticos para fraturas, deslocamentos ou microtraumas nos ossos do pé e tornozelo pode ser comprometida, exigindo um tratamento diferenciado. Dependendo do diagnóstico, a imobilização com gesso e órteses ou cirurgias reconstrutivas podem ser recomendadas.
Sintomas de infecções graves
Quanto às infecções graves, Ribeiro Lara destaca que os sintomas podem variar. O paciente pode apresentar desde mal-estar geral e febre até o aumento dos níveis de açúcar no sangue.
Entre os sinais mais recorrentes estão a presença de abscessos, secreções purulentas, inchaço e vermelhidão na área afetada e, em certos quadros, até necrose dos tecidos. Ele ressalta a seriedade desse estágio, em que a amputação pode ser a única solução para resolver o problema.
Prevenção, cuidados e tratamento
Entidades e profissionais de saúde destacam que a conscientização sobre as complicações do diabetes é crucial para a prevenção e o tratamento precoce dos problemas. Para isso, é recomendável manter o acompanhamento médico regular e seguir corretamente o tratamento indicado.
Especialistas enfatizam a importância da inspeção diária dos pés. Verificar a presença de bolhas, calos, cortes ou qualquer sinal de ferida é essencial para evitar que pequenos problemas evoluam para situações médicas urgentes. A escolha de calçados adequados e confortáveis também ajuda a prevenir atritos e pressão excessiva nos pés, que podem resultar em machucados.
Outra orientação é manter os pés limpos e bem hidratados, sem realizar a imersão prolongada em água, uma vez que a pele amolecida torna-se mais suscetível a lesões. O corte das unhas deve ser feito com cautela, para evitar feridas na pele ao redor e possíveis infecções.
- Via Expert Media
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