Segundo um estudo do Trata Brasil de 2019, o país enfrenta um desafio impressionante no que diz respeito ao desperdício de água. As perdas de água potável atingem um nível alarmante, correspondendo a uma quantidade que seria suficiente para suprir as necessidades de aproximadamente 30% da população brasileira por um ano inteiro.
Isso é ainda mais surpreendente considerando que o Brasil é abençoado com uma riqueza natural de recursos hídricos, que inclui rios, lagos e aquíferos em abundância. No entanto, essa abundância de água contrasta com a realidade enfrentada por muitas regiões do país que continuam a lutar para ter acesso adequado a esse recurso tão vital.
Neste contexto, entram as bombas como protagonistas. Elas desempenham um papel vital nos sistemas de distribuição de água, garantindo que ela chegue onde é necessária.
No entanto, quando esses dispositivos não são cuidadas direito ou operadas com eficiência, podem acabar contribuindo para o desperdício de água.
É importante ressaltar a importância de manter e operar esses equipamentos adequadamente para evitar o desperdício desse recurso tão valioso. Quer saber como? Continue a leitura conosco!
Abundância dos recursos hídricos no Brasil
O Brasil é um país com abundância de recursos hídricos. Com uma extensa rede de rios, inúmeros lagos e vastos aquíferos subterrâneos, o país ostenta uma das maiores disponibilidades de água doce do mundo.
Essa riqueza hídrica é uma dádiva da natureza que desempenha um papel essencial na vida das pessoas, na economia e no meio ambiente.
Os rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná, fluem majestosamente por vastas extensões, fornecendo água para abastecimento, agricultura e geração de energia.
Os lagos, como o de Itaipu e o de Tucuruí, também atuam na produção de eletricidade, bem como os aquíferos, como o Guarani e o Alter do Chão, armazenam quantidades significativas de água doce, garantindo a disponibilidade do recurso, especialmente em regiões semiáridas.
A abundância de água no Brasil tem impacto direto na agricultura, que é um setor vital da economia. A água é fundamental para irrigação e produção de alimentos, tornando o país um dos principais exportadores agrícolas do mundo.
No entanto, essa riqueza hídrica também traz desafios. O desperdício e a falta de acesso à água potável ainda são problemas em muitas regiões, exigindo um gerenciamento responsável dos recursos hídricos.
Além disso, as mudanças climáticas e a degradação ambiental podem ameaçar a disponibilidade futura de água.
Como é o sistema de saneamento básico no Brasil?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2017, que o Brasil ocupou a 117ª posição no que diz respeito à porcentagem da população com acesso a serviços de saneamento básico.
Essa classificação reflete a preocupante realidade ambiental do país, que ainda enfrenta atrasos significativos, com implicações diretas na saúde das famílias, na educação infantil, na produtividade dos trabalhadores e na competitividade das empresas.
De acordo com um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2016, 1.519 municípios no Brasil — equivalente a 57% dos 2.677 com delegações para serviços de esgoto sanitário — enfrentam problemas de regularidade, caracterizados por contratos vencidos ou inexistentes, ou delegações ativas sem a devida prestação de serviços.
Se o ritmo atual de investimentos persistir, o Brasil precisará, de aproximadamente, mais 4 décadas para alcançar as metas estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) de universalização da coleta e tratamento de esgoto, bem como do abastecimento de água.
De acordo com as conclusões do estudo da CNI, intitulado "Burocracia e Desafios no Setor de Saneamento Básico", somente em 2043 a população brasileira terá acesso à água encanada em todo o país, enquanto o acesso à rede de esgoto só se tornará uma realidade em 2054.
Dados mais recentes mostram que, atualmente, quase 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Somente 50% do volume de esgoto do país recebe tratamento, o que equivale a mais de 5,3 mil piscinas. As informações constam da 14ª edição do Ranking do Saneamento, publicado pelo Instituto Trata Brasil.
Desperdício de água no país
Embora o saneamento básico seja apresentado como um problema enfrentado pelos brasileiros e o país seja rico em recursos hídricos, o Brasil é um dos que mais desperdiça água potável no mundo.
Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, baseado nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2019, o país perdeu 39,2% de toda a água tratada que captou, o equivalente a 7,5 mil litros por segundo. Essa quantidade seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de pessoas em um ano, cerca de 30% da população brasileira.
As principais causas do desperdício de água são o uso exagerado e pouco eficiente desse recurso, os problemas nas redes de distribuição, como vazamentos e infraestrutura precária, e a poluição e contaminação dos mananciais e fontes naturais de água potável.
Como consequência, têm-se o desabastecimento, o racionamento, o aumento das tarifas, os prejuízos para a saúde humana e para os ecossistemas que dependem da água, além do agravamento da crise hídrica que afeta diversas regiões do país.
Qual é a forma mais comum de desperdiçar água?
A forma mais comum de desperdiçar água varia de acordo com a região e as práticas locais, mas algumas maneiras de desperdício de água são universais.
Vazamentos
Um dos principais vilões do desperdício de água é o vazamento em encanamentos, torneiras, sistemas de esgoto e bombas. Vazamentos passam frequentemente despercebidos e podem representar um uso significativo de água ao longo do tempo.
No caso das bombas, para evitar esse problema, é importante seguir algumas dicas, como:
- Manutenção regular: Realize manutenções preventivas periodicamente para garantir que todas as peças da bomba estejam em boas condições. Isso inclui verificar e substituir as juntas, selos e outras peças desgastadas.
- Escolha do selo adequado: Certifique-se de que a bomba está equipada com o selo certo para o tipo de líquido que ela está movendo. Existem selos específicos para líquidos corrosivos, abrasivos, viscosos, etc. Usar o selo errado pode levar a vazamentos.
- Instalação correta: As bombas devem ser instaladas corretamente de acordo com as especificações do fabricante. Isso inclui o alinhamento adequado do motor e da bomba, o aperto adequado das conexões e a instalação de juntas de vedação apropriadas.
- Monitoramento: Use sistemas de monitoramento para detectar vazamentos ou variações incomuns de pressão que possam indicar um problema na bomba.
- Substituição regular de peças desgastadas: As peças sujeitas a desgaste, como juntas e selos, devem ser substituídas regularmente, mesmo que não estejam apresentando problemas aparentes. Isso pode evitar vazamentos inesperados.
- Consulte o manual do usuário: Sempre siga as orientações do fabricante da bomba para a operação, manutenção e solução de problemas. O manual do usuário contém informações importantes sobre como evitar vazamentos e garantir o desempenho ideal da bomba.
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