PROJETO MORO-MORÍ: um caminho para o desenvolvimento sustentável nas comunidades indígenas

Por meio do projeto lançado em março deste ano, os indígenas da Comunidade Serra da Moça conseguiram produzir, só no primeiro tanque, 1,8 tonelada de tambaquis


É do sustento da própria terra que boa parte dos alimentos chegam nas mesas das comunidades indígenas de Roraima. A exemplo disso, são os produtores da comunidade Serra da Moça, a 55km da capital, que estão obtendo bons resultados com o projeto-piloto de piscicultura “Moro-Mori”. Na língua indígena macuxi, significa “peixe bom” e na primeira despesca, os produtores conseguiram retirar quase 2 toneladas do peixe tambaqui, onde chegaram a pesar entre 2,5kg e 4kg.

O projeto iniciou em março de 2023 e a despesca foi feita em dezembro. O que fez transformar a sustentabilidade da própria comunidade em uma nova fonte de renda para os 12 produtores que acompanharam todo o processo do projeto. Além do consumo do peixe para as famílias que moram na região, uma parte também está sendo comercializada para Boa Vista e comunidades indígenas vizinhas.

A proposta é atender 17 comunidades indígenas de Boa Vista, beneficiando cerca de 800 famílias. A Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), é quem oferece todo o suporte técnico durante o ciclo. A assistência vai desde a escavação dos tanques, capacitação dos produtores, entrega dos alevinos, fornecimento de ração durante todas as etapas, além de fornecer os equipamentos para monitoramento da qualidade da água e dos peixes.

Conhecimento que sustentabilidade e mais geração de renda para a comunidade

O projeto busca atender 17 comunidades indígenas, beneficiando cerca de 800 famílias


O tuxaua da comunidade Serra da Moça, Alexsandro Chagas, conta que foi um privilégio os produtores receberem toda a capacitação para a criação dos alevinos, até chegar à despesca. “Foram cerca de nove meses de um trabalho que foi graças ao incentivo da prefeitura e estamos fazendo a primeira despesca, trazendo o fortalecimento da sustentabilidade e o incremento da economia da própria comunidade. A nossa ideia é continuar trabalhando nesse projeto”, disse o tuxaua.

Quem acompanha todo o processo, é o técnico em piscicultura Juarez Barros. Ele orienta os produtores desde a análise d’água até o fornecimento do tipo de ração adequada para cada fase de crescimento dos peixes.
“Sempre fazemos uma sondagem de onde será construído o tanque, depois povoamos com os alevinos e damos assistência técnica mensal do início ao fim, desde o curso teórico ao prático, até chegar na despesca. É um projeto desenvolvido pelo município que está dando certo e a proposta é a comunidade seguir adiante”, destacou.

- Escrito Por Wandilson Prata


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